NOTA DA  DIRETORIA NACIONAL DO ANDES-SN EM APOIO AO GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISA EM EDUCAÇÃO, ESCOLA E AGROECOLOGIA (GECA/UFSC) E REPÚDIO AOS ATAQUES À AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA

NOTA DA  DIRETORIA NACIONAL DO ANDES-SN EM APOIO AO GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISA EM EDUCAÇÃO, ESCOLA E AGROECOLOGIA (GECA/UFSC) E REPÚDIO AOS ATAQUES À AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA

Publicado em 06 de Julho de 2021 às 17h21

 

NOTA DA  DIRETORIA NACIONAL DO ANDES-SN EM APOIO AO GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISA EM EDUCAÇÃO, ESCOLA E AGROECOLOGIA (GECA/UFSC) E REPÚDIO AOS ATAQUES À AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA

 

 

Em tempos de crescente ofensiva contra as liberdades civis e democráticas, encontram-se em lugar privilegiado de intensidade os ataques à autonomia universitária e à liberdade de cátedra. Esses não vêm só por parte do desgoverno de Jair Bolsonaro: o clima de hostilidade e de corrosão democrática legítima que agentes outros, como a mídia burguesa e entidades patronais, também se sintam legitimadas a tais práticas.

É esse o caso dos recentes ataques direcionados à Universidade Federal de Santa Catarina, por ocasião da organização das já tradicionais Jornadas Universitárias em Defesa da Reforma Agrária (JURA). O evento, organizado pelo Grupo de Estudos em Educação, Escolas do Campo e Agroecologica - GECA, foi algo de ataques de entidades como a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás - que transmitiu carta ao Ministério da Educação -, Associação Nacional de Defesa dos Agricultores, Pecuaristas e Produtores da Terra-ANDATERRA.  Essa última reputou ser a atividade de extensão estar alinhada como "grupos criminosos e até mesmo terroristas, como o MST", sendo voltado à "formação de agentes subversivos", moralizando o que seria um aparente desvio da destinação de verbas públicas para iniciativas que "visam atacar os princípios universais da economia de mercado", reclamando providências de censura ao MEC.

Poderia tal iniciativa ser alvo de escárnio, não fosse o perigo que as instituições democráticas se colocam em nossos tempos. Estas agressivas iniciativas se juntam a outras tantas que anseiam limitar a dimensão de liberdade acadêmica e crítica, que só potencializa ações que interditam as Universidades brasileiras - ainda que sejam instituições próprias de nosso tempo e realidade histórica, e de seus males também partilharem - gozarem de alguma permeabilidade popular.

Bem verdade que os ataques às JURAs não guardam ineditismo. Casos outros, como os ocorridos por agentes diversos em razão das organizações de JURAs na Universidade Federal de Lavras, em 2017,  na Universidade Federal de São Carlos, em 2018,  na Universidade Estadual de Alagoas, em 2020 mostram que a agência do agronegócio e das oligarquias não cessa sua intenção de calar a crítica social e fazer também de nossos espaços de trabalho e fomento a saberes parte de seus currais.

Mas que saibam: não somos o seu gado, e não vamos nos calar!

Assim, o ANDES-SN vem manifestar seu repúdio aos ataques às liberdades democráticas e à tônica criminalizadora presente nas declarações das mencionadas entidades patronais ligadas ao agronegócio.

 

Toda solidariedade ao GECA-UFSC e à autonomia da Universidade Federal de Santa Catarina, já tão vilipendiada no último período!

Viva às Jornadas Universitárias em Defesa da Reforma Agrária!

Viva a luta das trabalhadoras e dos trabalhadores do Campo!

Que sigamos adiante na luta por uma reforma agrária popular e contra os desmandos do agronegócio!

FORA BOLSONARO E MOURÃO!

 

 

Brasília(DF), 6 de julho de 2021.

 

 

 

 

Diretoria Nacional dos ANDES-Sindicato Nacional

 

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