O deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), relator do processo contra o deputado Glauber Braga (PSol-RJ) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pediu, na quarta-feira (2), a cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro parlamentar. A votação do caso no conselho foi adiada por um pedido de vista do deputado Chico Alencar (PSol-RJ).
Glauber Braga foi acusado pelo Partido Novo de ter expulsado da Câmara, em abril do ano passado, com empurrões e chutes, Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), que já havia assediado o parlamentar diversas vezes. Braga reagiu em autodefesa, frente aos assédios e ataques do militante do MBL, que chegou a ofender a mãe do deputado. O MBL tem um padrão de provocações a vários parlamentares de esquerda.
Em nota, o ANDES-SN repudiou veementemente o voto de Magalhães, que, segundo o Sindicato Nacional, legitimou mais um ataque à democracia, fortalecendo a extrema direita no país. Para a entidade, relator, com justificativa pífia, desconsiderou o objeto do processo ao se declarar favorável à cassação do mandato necessário do deputado Glauber Braga.
“O voto pela cassação ocorre no momento em que a Câmara convive, silenciosamente, com um deputado acusado de envolvimento no assassinato da vereadora eleita Marielle Franco (PSol-RJ). Faz-se necessário ressaltar que a base de Arthur Lira (PL-AL) e dos(as) defensores(as) do golpe de 8 de janeiro de 2023 tentam, de forma vergonhosa, calar uma das vozes mais firmes contra os privilégios, os conchavos e a política de conciliação com a extrema direita”, denunciou o ANDES-SN.
O deputado Paulo Magalhães se absteve de votar no processo que pedia a cassação do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). Brazão está preso desde 24 de março de 2024, acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco, que ceifou também a vida do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.
Segundo o Sindicato Nacional, esse processo reflete as tentativas da extrema direita de restringir as liberdades democráticas e punir quem se coloca com coerência ao lado das lutas do povo. “Seguiremos combatendo a política do ódio e do autoritarismo, na defesa da classe trabalhadora”, afirmou a entidade.
“A farsa é tão evidente que, elementos completamente estranhos à acusação direcionada ao deputado, compuseram a linha argumentativa que têm mais do que qualquer outra serventia a perseguição e criminalização de quem luta. Toda solidariedade ao deputado federal Glauber Braga. Glauber, fica!”, concluiu a nota.
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