Aprovado indicativo de greve nas sete universidades estaduais do Paraná

Atualizado em 02 de Maio de 2023 às 17h01

Docentes das sete universidades estaduais do Paraná aprovaram, em assembleias, indicativo de greve em defesa da valorização docente, pelo respeito à lei da data-base e também pela recomposição do salário da categoria, que neste momento cumulam perdas de 42%. A efetiva deflagração desta depende de deliberação em assembleias que, em breve, serão realizadas em todas as universidades.

“Neste aspecto da conjuntura, lembramos que há mais de sete anos que o governo do Paraná não cumpre a Lei da data-base. A defasagem salarial atual corrói 5,6 meses por ano de trabalho de cada docente! Acrescente a este quadro a desvalorização da carreira docente no ensino superior, frente a outras categoriais do quadro próprio do estado”, afirma em nota o Comando Sindical Docente, que reúne as seções sindicais do ANDES-SN nas universidades estaduais de Londrina (UEL), de Maringá (UEM), de Ponta Grossa (UEPG), do Oeste do Paraná (Unioeste), do Centro-Oeste (Unicentro), do Norte do Paraná (UENP) e do Paraná (Unespar). 

Foto: Sindiprol/Aduel SSind.

Nos últimos dias, as seções sindicais das sete instituições participaram de mobilizações em defesa das condições de trabalho e salário das trabalhadoras e dos trabalhadores, bem como da educação pública e gratuita. Em 29 de Abril, relembraram o “Massacre do Centro Cívico”, uma data lamentável para o povo do Paraná, na qual professores e professoras foram agredidos, ofendidos e brutalmente desrespeitados pelo governo estadual e pelas forças policiais paranaenses. E, nessa segunda-feira (1), participaram das atividades que marcaram o 1º de Maio, o Dia Internacional de Luta das Trabalhadoras e dos Trabalhadores.

“Ancoradas no tripé ensino, pesquisa e extensão, as IEES do Paraná, amplamente reconhecidas por diferentes avaliações nacionais e internacionais, fornecem a oportunidade de um futuro melhor a milhares de jovens deste estado, impactam nas economias regionais, atuam em atendimento público de qualidade em hospitais e clínicas, atuam em comunidades e produzem inovação, ciência e tecnologia. Será que, neste ataque a elas e aos seus trabalhadores, não estamos repetindo o “massacre” de 2015? Para nós, há um novo 29 de abril quando o estado deixa de ouvir as demandas dos educadores, quando não os recebe para o diálogo sobre as suas condições de trabalho e salário, quando se nega a reconhecer a respeitar a Lei da Data-Base. Como podemos celebrar o 1º de Maio num estado que há mais de sete anos não faz reposição integral das nossas perdas salariais?”, questionam, em nota, as entidades que compõem o Comando Sindical Docente.

De acordo com o CSD – que reúne representantes da Adunicentro SSind, Adunioeste SSind, Sesduem SSind, Sindiprol/Aduel SSind, Sinduepg SSind, Sindunepar SSind - após inúmeras tentativas de diálogo, os docentes das Iees do Paraná encontram-se novamente na iminente possibilidade de greve. “E, ao contrário do que muitos pensam, a greve não é o desejo de nenhum docente; a greve é um instrumento legal por meio do qual os trabalhadores mostram que chegaram ao limite de sua condição e que estão dispostos a lutar por todos os meios para que o estado abra as negociações da data-base e atenda às reivindicações dos trabalhadores”, ressalta o Comando.

As entidades destacam que seguirão, então, firmes na defesa salarial e da carreira docente. “Durante sete anos, o estado do Paraná economizou às custas do nosso trabalho. Não podemos mais aceitar isso! É urgente que tenhamos a imediata recomposição dos salários e a implementação da proposta de reestruturação da carreira docente! Reposição salarial integral já!”, conclui a nota.

* Com informações e imagens das SSind.

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