As e os docentes da Universidade de São Paulo (USP) deliberaram por manter a paralisação, iniciada em 26 de setembro, até a próxima terça-feira (10). A decisão foi aprovada em assembleia da Associação de Docentes da USP (Adusp Seção Sindical do ANDES-SN) realizada nessa quinta-feira (5).
A categoria entendeu que houve avanço nas negociações nas tratativas entre a reitoria da USP e representantes do movimento estudantil, ocorrida na quarta (4). Na avaliação da assembleia, a reunião foi fruto da grande mobilização dos e das estudantes, em greve desde o dia 21 de setembro.
No entanto, foi considerado pelas professoras e pelos professores que ainda há necessidade de progressos no que tange à revogação de instrumentos normativos que instituíram a concorrência entre as unidades da USP por vagas docentes; à garantia de serem respeitadas as necessidades e especificidades de cada unidade, departamento ou órgão equivalente para distribuição de cargos; e à garantia de reposição automática de cargos vagos em função de mortes, aposentadorias ou exonerações, além de melhoria nas políticas de permanência estudantil.
“Dentro do processo de negociação com os estudantes, a reitoria disse que vai lançar 148 novas vagas para serem repostas imediatamente. É um avanço, porém não acaba com o problema de editais por mérito, que também foi colocado na mesa de negociação. Nós ainda estamos na luta para que não exista mais nenhum processo meritocrático, competitivo na universidade”, contou Annie Hsiou, 3ª secretária do ANDES-SN. Para a docente, esses mecanismos aprofundam ainda mais o abismo de desigualdade entre as unidades da USP.
A diretora do Sindicato Nacional, que também é docente da USP, contou ainda que as assembleias deliberaram, também, que a reitoria cumpra a reserva das vagas para docentes pretos, pardos e indígenas que não foi, de fato, aplicada dentro da universidade.
“Por isso, na nossa última assembleia, realizada ontem (5), nós deliberamos pela continuidade da paralisação. E vamos nos somar junto aos estudantes no dia 9, na próxima mesa de negociação, em frente à reitoria, e vamos às atividades de greve dos estudantes,” comentou.
Annie Hsiou ressalta que a luta por recomposição de docentes, por concursos públicos e por valorização da carreira docente é uma pauta histórica do ANDES-SN. “Estamos na luta por mais docentes nas universidades públicas, institutos, IFs e Cefets em todo o Brasil. Vem somar com a gente na luta", convocou.
Com informações da Adusp SSind