Servidoras e servidores denunciam infiltrações e rachaduras em prédio da UFCG

Publicado em 28 de Outubro de 2022 às 14h35

Infiltrações, banheiros interditados, problemas constantes de falta de água e, ainda, rachaduras em colunas, tetos, paredes e escadas. Esse é o retrato atual da Unidade Acadêmica de Educação, Bloco AB, do campus sede da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba.  

A maior parte dos problemas na infraestrutura do Bloco AB, um dos mais antigos do campus sede, já existia desde o início de 2022. Porém, no mês de julho as técnicas e os técnicos perceberam o aumento considerável de rachaduras em várias colunas do prédio. “Senti um leve tremor e achei que tinha sido uma impressão apenas minha, mas perguntei para minha colega de sala e ela confirmou que também sentiu”, revelou uma técnica que preferiu não se identificar.

Depois do episódio, foi solicitada uma visita da Prefeitura Universitária que foi até o local e informou que o tremor foi resultado “de uma acomodação do prédio”.  Além das rachaduras nas colunas, as servidoras e os servidores estão preocupados com outras existentes em paredes de todos os andares, na escada e, também, no teto de gesso do térreo.

Carlos Augusto Medeiros, coordenador administrativo da Unidade Acadêmica de Educação (UAED), explica que a Prefeitura Universitária atendeu o chamado rapidamente para apurar o problema, mas até agora não apresentou respostas sobre o grau de confiança para a permanência da unidade no Bloco.

Antônio Lisboa, presidente da Associação dos Docentes da UFCG (ADUFCG – Seção Sindical do ANDES-SN), avalia que os problemas estruturais da Unidade Acadêmica de Educação espelham a atual situação da universidade pública, que vive com inúmeros problemas nesta área, resultantes de um processo de constantes cortes orçamentários e intervenções promovidas pelo governo federal. Ele ressalta que o temor da comunidade universitária é que a instituição comece a paralisar seu funcionamento por falta de verbas, já que 98% dos recursos de custeio são destinados exclusivamente ao pagamento de serviços prestados por terceirizadas e terceirizados.

Interditados
A precária condição de funcionamento do Bloco AB também é confirmada nos seus banheiros. No térreo, os tetos de gesso dos banheiros desabaram há meses e estão interditados. Entupimento e a falta de água nos banheiros também são constantes, além de falhas na fechadura da porta de entrada. “Junto do risco de ficar trancada, porque a fechadura vive com defeitos, a usuária ainda pode ser obrigada a levar um balde de água para dar descarga. Os vasos também não possuem acentos e somos obrigadas a utilizar em pé”, reclama uma servidora.

Infiltrações e goteiras
Problemas com infiltrações e goteiras fazem parte da rotina de estudantes e das servidoras e dos servidores que trabalham no prédio. “Somos obrigados a colocar baldes para aparar a água que escorre das lâmpadas e alaga os corredores”, revela um servidor. Outro funcionário, que não quis se identificar, relatou os constantes apagões na internet do setor, interrompendo serviços. “Não é uma vez por semana, não. É praticamente todo dia”, desabafa.

Promessas
Questionado em agosto deste ano pela assessoria de comunicação da ADUFCG SSind. a respeito de uma solução para os problemas do Bloco AB, George Ribeiro, vice-prefeito da UFCG, disse que solicitou a Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira (PRGAF) uma intervenção emergencial no local em menos de dois meses. “Pois se formos pedir pelos trâmites habituais, leva em torno de 6 meses. Nós estamos com pressa e com urgência pra fazer esse serviço no AB”, prometeu.

O vice-prefeito também informou que outras obras de manutenção no campus de sede da UFCG seriam executadas. “Esse será a primeira de muitas obras que faremos nesse sentido, uma vez que a universidade é uma instituição de prédios antigos e muitos deles necessitando de recuperação. Mas, vamos fazendo aos poucos e dentro de uma lógica levantada pela SGPI”, garantiu.

Questionado se os recursos para os serviços já estariam garantidos, Ribeiro explicou: “por enquanto são recursos próprios”. Novamente questionado sobre as obras no dia 24 de outubro, ele não se manifestou até o fechamento desta reportagem.

Fonte: ADUFCG SSind., com edição de ANDES-SN. Fotos: Reprodução ADUFCG

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