As famílias brasileiras apresentam grande índice de endividamento e inadimplência. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em setembro, o total de lares brasileiros com dívidas a vencer chegou a 79,3%, um aumento de 5,3% comparado com setembro do ano passado. É o terceiro aumento consecutivo em 2022. Há dez anos, o percentual de famílias endividadas era de 58,9%.
O levantamento mostra que 80,3% das famílias que têm renda de até dez salários mínimos estão endividadas sob o governo de Jair Bolsonaro (PL). É o maior patamar já registrado na série histórica da Peic, que teve início em 2010, e a primeira vez com a taxa acima dos 80%. Já entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos, o endividamento se manteve estável, atingindo 75,9% desse público.
O cartão de crédito segue como o maior vilão das consumidoras e dos consumidores no país, apesar de a modalidade oferecer os juros mais altos. Esse tipo de dívida atinge 85,6% do total de famílias endividadas, um amento de 1 ponto percentual comparado com o mesmo mês do ano passado. Em segundo, aparecem as dívidas nos carnês de loja, que representam 19,4% e aumentaram 0,6% no ano, e as no cheque especial, que são 5,2% e tiveram crescimento de 0,6% no ano.
Inadimplência
O volume de consumidoras e consumidores que atrasaram o pagamento das dívidas atingiu 30%, o maior desde o início da pesquisa. Esse é o terceiro aumento mensal consecutivo da taxa, que evoluiu 0,4 pontos percentuais. Ao contrário do endividamento, que cresceu em ritmo menor, em um ano, o indicador de dívidas atrasadas expandiu 4,5%, a maior taxa anual desde março de 2016.
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