Trabalhadores do INSS ocupam prédio da Superintendência, em São Paulo

Publicado em 20 de Abril de 2022 às 18h57.
Servidores durante ato na manhã da última segunda-feira (18) - FOTO: DIVULGAÇÃO

Em busca de melhores condições de trabalho e pelo reajuste salarial emergencial de 19,99%, servidoras e servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão greve por todo o país desde 23 de março. Na manhã última segunda-feira (18), cerca de 26 servidores ocuparam o prédio da superintendência do órgão em São Paulo, com objetivo de pressionar e garantir a abertura da mesa de negociações.

Na tarde desta quarta-feira (20), a direção do INSS conseguiu a reintegração de posse da superintendência, com auxilio da 25ª Vara Cível Federal de São Paulo. A multa, em caso de descumprimento é de 100 mil reais. Logo que receberam a visita do oficial de justiça, as e os servidores começaram a desocupar o prédio. 

Cristiano Machado, diretor de imprensa do Sindicato dos Servidores e Trabalhadores Públicos em Saúde, Previdência e Assistência Social no Estado de São Paulo (Sinsprev-SP), explica que não houve espaço para negociações e que a greve continua até atingir os objetivos. “É uma medida dura do governo. Ele ignora pauta dos trabalhadores, a necessidade de ter um serviço público de qualidade, para as pessoas que precisam dos serviços do INSS. E quando a gente se coloca em luta não há nenhuma negociação, o que acontece é uma série de ataque por instrumentos jurídicos. Esperamos que o governo abra negociação, mas vamos manter a greve, mesmo com corte de ponto”, alerta Cristiano.

Servidores denunciam sistema precário

Além do reajuste emergencial de 19,99%, a categoria também levanta as pautas em defesa dos serviços e concursos públicos e por melhores condições de trabalho. Segundo Cristiano Machado, há mais de 2 milhões de processos represados em todo o país e 23 mil vagas de trabalho que precisam ser ocupadas. “Hoje o servidor do INSS trabalha por meta de produtividade e o sistema é precário e cai muito. As vezes o servidor precisa trabalhar 12 a 15 horas para poder cumprir sua meta e isso causa adoecimento da categoria”, destaca. Em nota, o Sinsprev destaca a necessidade de renovar o parque tecnológico, para que o sistema deixe de apresentar inconsistências e uma internet compatível com a demanda.

A Greve continua!

Em Anápolis e Goiania (GO), na segunda-feira (18), servidores ocuparam a frente as agências, com faixas e megafones. Já em Sergipe (PE), uma caravana pelos municípios de Capela, Dores e Propiá buscou chamar atenção para o movimento. Na manhã da última terça-feira (19), um ato público em João Pessoa (PB) contou com um cortejo simbólico do ministro do Trabalho e Previdência Social, José Carlos Oliveira. A greve impactou os serviços em 26 estados e o Distrito Federal e não há previsão de encerramento. 

Fonte: CSP conlutas, com edição do ANDES-SN. 

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