ANDES-SN espera negociação efetiva em reunião desta segunda com o MGI

Publicado em 03 de Junho de 2024 às 16h08. Atualizado em 03 de Junho de 2024 às 16h31

A segunda-feira (3) amanheceu com atos de rua e manifestações em diversas universidades federais, institutos federais em todo o país, em defesa da educação pública e por uma negociação efetiva com o governo federal. Neste “Dia Nacional de Luta da Educação Federal”, uma nova reunião das e dos docentes com o Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) acontece, a partir das 14h.  

“Em todo o país, atos vêm sendo realizados, mobilizações vêm sendo construídas em um importante momento de exposição das forças da nossa greve. Hoje temos um dia importante na condução da nossa mobilização grevista. O 3 de junho é marcado, não só pela conquista, ainda que tímida e sinalizada dentro de um convite desaforado do governo federal, para que lá no MGI estejamos presentes para uma nova interlocução, para um novo diálogo. Esperamos que seja efetivo momento para continuidade das negociações com a pauta docente hoje colocada no nosso processo de negociação e não mais uma mesa de enrolação”, destacou o presidente do ANDES-SN, Gustavo Seferian, em coletiva de imprensa, realizada na sede do Sindicato Nacional, em Brasília (DF).

Gustavo falou sobre a importância das entidades representativas da classe trabalhadora serem respeitadas e ouvidas e lembrou que o acordo assinado com a Proifes, em 27 dia maio, não tem nenhuma espécie de validade, por se tratar de uma entidade sem registro formal, sem representatividade de base, uma ‘entidade fantasma’. “Somente no dia de hoje duas novas bases passam a aderir a essa greve, em um movimento que vem em uma crescente, expressando a indignação da nossa categoria para com a proposta trazida pelo governo federal, tímida, insuficiente diante das necessidades imperiosas que se colocam à manutenção do bom funcionamento e à garantia do direito social que é o ensino básico, técnico e tecnológico e ensino superior de forma gratuita e de qualidade para os filhos e filhas da classe trabalhadora”, analisou.
Confira a minuta de contraproposta protocolada pelo CNG do ANDES-SN em 27 de maio

Liliane Machado, do Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN, reforçou que a Proifes não representa nem 15% da categoria docente federal e que a proposta do governo foi rechaçada por quase 100% das instituições que estão em greve. “A tentativa do governo de minar a nossa greve, na segunda-feira da semana passada, felizmente não se concretizou. Naquele momento, o governo disse que as negociações estavam encerradas e que iria assinar um acordo com uma federação que sequer estava presente ali, em um desrespeito muito grande com a nossa categoria. Insistiu no 0% em 2024 e também naqueles índices que não recompõem sequer as nossas perdas inflacionárias nos últimos anos. Ao longo da semana, o CNG, junto com a diretoria do ANDES-SN, fez várias iniciativas na tentativa de sensibilizar para a importância de reabrir as negociações”, informou. De acordo com ela, contato com parlamentares do PT foram realizados e uma carta de professoras e professores do partido será entregue ao MGI.  

A representante do CNG evidenciou ainda o grande desapontamento da base com a condução das negociações, em se tratando de um governo progressista e, principalmente, do tratamento do secretário de Relações de Trabalho do MGI, Jose Lopez Feijóo, que tem histórica relação com o movimento sindical e é ex-dirigente nacional da CUT.  “A gente vê de uma forma estarrecida, é uma angústia muito grande, uma decepção muito grande que a nossa base tem. Principalmente para um governo que, desde a sua campanha eleitoral e quando assumiu a Presidência, diz que entre as suas prioridades estão a Educação e a Saúde. O que a gente observa é exatamente o contrário. Com relação à Educação, um desprezo, uma falta de vontade de negociar”, afirmou Liliane.

Governo barra participação das assessorias de comunicação
O governo federal enviou e-mail, na manhã desta segunda-feira (3), informando que na reunião “não será admitida a participação de assessores de imprensa da entidade sindical”. Para o presidente do Sindicato Nacional, a medida é inadmissível. “Em um governo que se pretende democrático, não podemos admitir práticas nesse sentido”, criticou.

“Isso é inaceitável. Proibir assessor de imprensa de subir? Por que? Querem esconder alguma coisa? Não querem que seja gravado? Não querem que seja relatado pelos profissionais da imprensa o que está se passando? Nós todos temos noção da importância da imprensa para que exista uma democracia. Não tem democracia, não tem liberdade, se não há uma imprensa livre”, complementou Liliane Machado, que também é docente do Curso de Jornalismo da Universidade de Brasília.

Veja a entrevista na íntegra

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