ANDES-SN participa de reunião das centrais sindicais com Lula

Publicado em 18 de Janeiro de 2023 às 17h02. Atualizado em 18 de Janeiro de 2023 às 17h59
No encontro foi anunciada criação de grupos de trabalho e compromisso com mudança na taxação da renda da classe trabalhadora. Foto: Marcelo Camargo / AgBr​​​​​

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quarta-feira (18) com as centrais sindicais. O encontro foi acompanhado por centenas de dirigentes de diversas entidades sindicais, entre as quais o ANDES-SN, que esteve representado por Zuleide Queiroz, 2ª vice-presidenta, Francieli Rebelatto, 2ª secretária, e Gustavo Seferian, encarregado de Assuntos Jurídicos.

Na reunião, todas as centrais sindicais tiveram momento de fala e apresentaram várias questões às demandas da classe trabalhadora: financiamento sindical, igualdade de gênero e raça nos ambientes de trabalho e equiparação salarial, melhores condições de trabalho para o conjunto da classe trabalhadora, valorização real do salário mínimo, liberdade sindical, enfrentamento de atos antissindicais e a valorização da negociação coletiva.

Em sua fala, representando a CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, ressaltou as práticas antissindicais, denunciou as demissões e perseguições contra a classe trabalhadora e dirigentes sindicais, e reafirmou a independência e autonomia da CSP-Conlutas. “Por isso, é necessário, e vai estar na mão da Presidência, ratificar a Convenção 158 [da OIT], para impedir as demissões desmotivadas, para impedir as demissões sem justa causa. É preciso reintegrar os dirigentes sindicais que foram perseguidos, porque dentro das fábricas e outros locais de trabalho, não existe democracia”, afirmou.

Mancha defendeu a revogação das reformas trabalhista e da previdência, o cancelamento das privatizações [citando a Petrobras e a Eletrobras], o fim do Teto de Gastos, o não pagamento da dívida pública e a valorização do salário mínimo. “Nós entendemos que somente a mobilização dos trabalhadores é capaz de promover as mudanças necessárias. E, por isso, precisamos de liberdade para lutar, para nos organizar, para constituir comissões de fábrica e para ter sindicatos autônomos”, concluiu Mancha.

Após as falas dos representantes das Centrais, o presidente Lula assinou despacho que determina aos Ministérios do Trabalho e Emprego, da Fazenda, do Planejamento e Orçamento, da Previdência Social, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e às Secretária-Geral e Casa Civil da Presidência da República que elaborem proposta com o objetivo de instituir a política de valorização do salário mínimo e seus instrumentos de gestão e monitoramento. A proposta deverá ser entregue no prazo de 45 dias, prorrogável uma vez por igual período.

Na sequência, fizeram fala o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e o presidente da República. Em suas manifestações, expressaram a necessidade de composição de grupos de trabalho (GT) e comissões para lidar com temas urgentes, que atravessam essas demandas do conjunto das centrais sindicais.

Marinho anunciou a criação de três grupos de trabalho: um com participação das centrais sindicais sobre política para a valorização do salário mínimo, outro para construir o processo de regulação e regulamentação das relações de trabalho para trabalhadores e trabalhadoras por plataformas digitais e aplicativos. “As empresas de aplicativo, as plataformas não se assustem. Não há aqui nada demais, a não ser o propósito de valorizar o trabalho e trazer a proteção social”, afirmou.

O ministro do Trabalho deu ainda um recado às servidoras e servidores presentes. “Nós vamos organizar uma agenda sob a liderança da ministra Esther [Dweck] para a gente discutir a [convenção] 151 [da OIT], discutir outras questões relativas aos servidores e às servidoras”, comentou. O terceiro GT anunciado durante a reunião foi um que será ligado ao financiamento sindical, valorização e fortalecimento das entidades representativas da classe trabalhadora.

“Esses indicativos nos trazem não só sinalizações de esperança, mas um reclamo necessário, que só teremos essas reformas e com o avanço célere que reclamamos se nos organizarmos, mobilizarmos e construirmos uma luta forte nas ruas que é o nosso lugar”, afirmou Gustavo Seferian, 1º vice-presidente da Regional Leste do ANDES-SN.

Foto: Marcelo Camargo / AgBr

Durante seu discurso, o presidente da República ressaltou a importância de construção de uma nova relação entre Capital e Trabalho. Pontou ainda todo o desmonte de direitos promovido pelos governos Temer e Bolsonaro e os ataques às entidades sindicais. Abordou ainda a questão tributária, com a promessa de uma mudança no imposto de renda, para que os ricos paguem mais e os pobres sejam desonerados. 

Lula ressaltou ainda importância das entidades sindicais e da classe trabalhadora se manter mobilizada para garantir avanços para as trabalhadoras e para os trabalhadores. "Vocês têm que fazer pressão em cima do governo, porque se vocês não fizerem pressão, a gente pensa que vocês estão gostando", disse o presidente, ao final do encontro com as centrais sindicais.
Zuleide Queiroz, 2ª vice-presidenta do ANDES-SN, destacou a importância da reunião dessa quarta (18), para mostrar a amplitude da organização do movimento sindical e seu fortalecimento.

"A reunião foi muito importante, porque veio tratar de temas e da situação vivida pela classe trabalhadora. Um dos principais elementos das falas, principalmente dos dirigentes das centrais sindicais, foi sobre a condição de vida da classe trabalhadora, os salários baixos, a perseguição política, o revogaço da reforma Trabalhista e da Previdência. Também muito importante as falas que destacaram o lugar da mulher e da população negra no espaço de trabalho e a situação vivida pelos trabalhadores terceirizados e por aplicativos”, pontuou a diretora do Sindicato Nacional.

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