Docentes das estaduais do Maranhão completam três semanas em greve

Atualizado em 15 de Setembro de 2023 às 14h35

Nessa quinta-feira (14), as professoras e os professores das universidades Estadual do Maranhão (Uema) e da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão completaram 21 dias em greve. Até o momento, não houve nenhuma resposta do governo do estado às reivindicações da categoria, que amarga mais de 50% de perda salarial.



Em vídeo com informe às e aos docentes, o presidente do Sindicato de Docentes das Universidades Estaduais Públicas do Maranhão (Sinduema Seção Sindical do ANDES-SN), Bruno Rogens, disse que a diretoria do Sindicato decidiu não participar mais das reuniões técnicas na Secretaria de Planejamento e Orçamento e Secretaria Estado da Gestão, Patrimônio e Assistência dos Servidores (Segep) até que o governo apresente uma resposta concreta aos seis itens da pauta de greve.

“Isso porque a Segep queria fazer reuniões técnicas sobre os estudos, e o nós estamos num processo de mobilização política intensa e julgamos que é um desperdício de tempo e energia participar de reuniões técnicas nesse momento em que a categoria está mobilizada. A greve é um movimento político e a gente, nesse sentido, espera uma resposta política do governo do Maranhão à pauta da categoria. Ficou acertado que assim que o governo tiver uma posição em relação à pauta da categoria, nós seremos chamados a reunir com secretarias do governo”, comunicou.

 


Durante esta semana, foram realizadas diversas atividades de greve para divulgar a pauta da categoria, mobilizar e dialogar com a comunidade acadêmica e também com a sociedade maranhense e pressionar o governo do estado a abrir negociação.

Segundo Rogens, uma comissão esteve reunida com o presidente da Comissão de Educação (CE) da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema), deputado Ricardo Arruda (MBD) e também participou de uma reunião da Comissão de Educação na Alema. Os parlamentares da CE se comprometeram a intensificar os diálogos e tratativas com o governo para abertura do processo de negociação entre governo, deputados e sindicato. Uma audiência pública na Alema, com o tema “Autonomia e Democracia nas Universidades Estaduais do Maranhão”, deve ser agendada para as próximas semanas.

Segundo Rogens, também ocorrerá uma audiência pública no auditório do Ministério Público do Maranhão para que a categoria docente possa relatar a situação nas universidades e apresentar a pauta de reivindicações. Após a reunião, o MP deve oficiar o governo para que se constitua mesa formal de negociação entre docentes e governo, mediada pelo Ministério Público. "Essa é uma proposta muito positiva, porque indica a possibilidade de abertura de uma mesa de negociação mediada pelo Ministério Público, o que é muito importante. Nós estamos fazendo todas as tentativas de abrir essa negociação com o governo do Maranhão, mas não temos respostas até agora", afirmou.

 


O presidente do Sinduema SSind. saudou a organização e unidade da categoria que tem organizado, através de comitês locais espalhados nos campi da Uema e UemaSul em todo o estado, diversos atos, aulas públicas e atividades culturais. “Isso demonstra a grandeza da nossa categoria, a grandeza da nossa organização, do nosso trabalho para demonstrar que na greve também se trabalha muito. Estamos pautando esses temas dentro da Uema e da UemaSul, e junto a toda sociedade maranhense que reconhece a justeza da nossa greve e da nossa pauta. Portanto, vamos continuar mobilizados e organizados na próxima semana”, acrescentou.

Histórico
Em abril deste ano, o Sinduema SSind. protocolou a pauta da categoria junto ao governo do estado. Desde então, o sindicato realizou diversas atividades para pressionar pela abertura de diálogo. No entanto, não receberam qualquer retorno, o que levou a deflagração da greve, por tempo indeterminado, no último dia 24 de agosto. Confira a pauta da categoria:
- Recomposição salarial integral de 50,28% nos vencimentos dos docentes (perdas acumuladas no período de julho de 2012 a fevereiro de 2023);
- Isonomia salarial entre professores efetivos e substitutos de acordo com sua Titulação;
- Nomeação imediata de professores efetivos aprovados em concurso público na Uema e Uemasul;
- Concurso público imediato para a diminuição da proporção entre substitutos e efetivos na Uema e Uemasul;
- Conclusão imediata das obras do novo campus da Uema em Balsas;
- Recomposição do orçamento da Uema e Uemasul.

* Com informações e fotos do Sinduema SSind.

 

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