Docentes denunciam autoritarismo da Reitoria da Unir em tentativa de impor “lei da mordaça” 

Publicado em 08 de Abril de 2025 às 11h13.

A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Rondônia (Adunir – Seção Sindical do ANDES-SN) denunciou, na segunda-feira (7), mais um ataque à democracia universitária promovido pela gestão da Universidade Federal de Rondônia (Unir). 

Segundo a entidade, a atual reitora, Marília Pimentel Cotinguiba, com o apoio de aliadas e aliados no Conselho Superior (Consun) da instituição, aprovou de forma célere uma proposta de regimento intitulada “Código de Ética e Conduta da Universidade Federal de Rondônia – UNIR”. O documento tem sido amplamente criticado por docentes e estudantes por seu caráter autoritário. 

De acordo com a nota publicada pela Adunir SSind., o documento aprovado representa uma “lei da mordaça”, cujo objetivo seria blindar a administração de críticas e denúncias por parte da comunidade universitária, além de abrir margem para a perseguição política de docentes, técnicas, técnicos e estudantes que se posicionem contra os abusos da gestão.

“A proposta do Regimento de Código de Ética e Conduta da UNIR evidencia uma forma autoritária de cerceamento do conjunto de direitos garantidos aos membros da comunidade universitária, configura-se como um instrumento de perseguição política, além de revelar uma tentativa de proteção aos membros da Administração Superior às críticas e denúncias acerca dos desmandos, assédios, precarização, malversação dos recursos públicos e outras irregularidades cometidas pela alta administração”, afirmou a seção sindical do ANDES-SN. A entidade denunciou ainda que a proposta é ilegal, imoral e fere os princípios que regem a universidade pública, gratuita, laica e de qualidade.

Além do conteúdo autoritário da minuta, a forma como o processo foi conduzido também tem gerado indignação. A Adunir SSind. criticou a Reitoria por manter as sessões do Conselho Superior em formato remoto, impedindo a participação presencial da comunidade acadêmica e, consequentemente, limitando os espaços de denúncia e contestação às posturas antidemocráticas da gestão.

Entre as críticas levantadas pelas e pelos docentes, também está o uso de recursos públicos para cobrir gastos com viagens e diárias da reitora Marília Pimentel Cotinguiba, do vice-reitor Denny Mesquita e de sua “comitiva”, enquanto diversas unidades acadêmicas enfrentam problemas de infraestrutura, como a ausência de ar-condicionado nas salas de aula e a falta de materiais básicos nos laboratórios.

Além da categoria docente, estudantes também estão mobilizados contra o chamado Código de Ética da Unir. O Diretório Central dos Estudantes (DCE/Unir) e diversos centros acadêmicos têm se posicionado publicamente contra a medida e organizam mobilizações para barrar sua implementação, em defesa da liberdade de expressão e da autonomia universitária.

Foto de Capa: Unir/Divulgação

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