Representantes do ANDES-SN, do Sinasefe, da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) e do Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino se reuniram com o ministro Clélio Crippa Filho, diretor do Departamento de Oriente Médio do Ministério de Relações Exteriores, no último dia 29 de novembro, no Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, para tratar das violações contra o povo palestino e sua luta pela autodeterminação.
Durante a audiência no Palácio do Itamaraty, Luis Acosta, encarregado de Relações Internacionais do ANDES-SN, entregou um documento com resoluções do sindicato em apoio à Palestina, incluindo a solicitação de rompimento das relações diplomáticas, comerciais, militares e acadêmicas do Brasil com Israel. Também foram discutidos os impactos dos acordos militares brasileiros e sua relação com a militarização das periferias, além da perseguição a militantes e estudiosos no Brasil que defendem a causa palestina. [Acesse aqui]
O ministro, por sua vez, reafirmou a posição do governo, expressa por meio de comunicados públicos e ações internacionais, e destacou as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que qualificou as ações de Israel na Faixa de Gaza como genocídio. Crippa também mencionou as dificuldades do governo para enviar ajuda humanitária à Palestina, diante das atuais restrições.
“Foi uma reunião bastante positiva, um ato político muito importante, de pressão concreta na direção indicada por nosso Congresso de lutar pela ruptura das relações diplomáticas, comerciais, militares e acadêmicas com o governo de Israel. Ficou aberta a possibilidade de novos contatos com a chancelaria. Com a representação da Fepal ficou aberta a possibilidade de continuar trabalhando de forma conjunta nesta luta em diversas ações. Uma das ações que interessa ao nosso sindicato é entrar em contato com os sindicatos da educação da Palestina, assim como também a realização de uma campanha de ajuda humanitária que possa se efetivar com o ingresso dessa ajuda”, avaliou Acosta.
Participaram da audiência, Fábio Bezerra, presidente do Sindicato de Docentes do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Sindcefet-MG SSind. Do ANDES-SN) e membro da Coordenação do Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino; Amaury Garcia, da coordenação nacional do Sinasefe; o presidente e a vice da Federação Árabe Palestina (Fepal), Ualid Rabah e Fátima Ali, respectivamente.
ANDES-SN na luta
O ANDES-SN tem uma longa história de apoio à luta palestina, iniciada em 2003, com ações de solidariedade e boicote ao Estado de Israel. Em 2018, aderiu à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS). No 42º Congresso, em 2023, aprovou a moção "Não é guerra, é genocídio!", e no 67º Conad decidiu lutar pelo rompimento das relações diplomáticas entre Brasil e Israel.
Estado palestino
Com os votos contrários de Israel e dos Estados Unidos, a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) aprovou, na última terça-feira (3), uma resolução que estabelece a realização de uma Conferência Internacional, com a participação de chefes de Estado, para debater a criação do Estado palestino. A cúpula ocorrerá de 2 a 4 de julho de 2025, em Nova York (EUA). No total, foram 157 votos favoráveis à resolução, incluindo o Brasil, e apenas oito votos contrários e sete abstenções.
Genocídio
A Anistia Internacional divulgou um relatório nessa quinta-feira (5) em que afirma que Israel comete genocídio contra a população palestina na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023. A acusação é baseada em declarações do governo israelense, imagens de satélite da destruição em Gaza e investigações realizadas entre outubro de 2023 e julho de 2024, que incluíram entrevistas com 212 pessoas, como vítimas, autoridades locais e profissionais de saúde. A organização também analisou declarações de oficiais israelenses e o impacto dessas ações nas violações ocorridas em Gaza.
*Fotos: Eline Luz / Imprensa ANDES-SN
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