Universidades Estadual do Ceará e Regional do Cariri entram em greve na quinta (4)

Atualizado em 05 de Abril de 2024 às 09h48

*matéria publicada em 03/04

As e os docentes das universidades Estadual do Ceará (Uece) e Regional do Cariri (Urca) aprovaram greve geral a partir desta quinta-feira (4). A decisão ocorreu em assembleias realizadas pelas seções sindicais das categorias de ambas instituições na última quarta-feira (27).

Na Uece, a assembleia contou com a presença de 265 docentes. Por ampla maioria, foi aprovado o indicativo de greve e a instalação de comando de greve em cada campi na Uece. Já na Urca, a greve foi aprovada por unanimidade. Foram deliberadas, ainda, a criação do comando de greve e a construção de ações em conjunto com movimento estudantil.

As e os docentes cobram reajuste de salarial de 35,7%, melhores condições de trabalho, realização de concursos públicos e convocação do cadastro reserva, melhorias e reformas na infraestrutura das universidades, garantia do direito do restaurante universitário (RU) às e aos estudantes, entre outras reivindicações.

Neste mês, o governo de Elmano de Freitas (PT) apresentou reajuste de 5,62% para todas as servidoras e os servidores, a partir de julho, sem considerar o pagamento retroativo, desrespeitando assim o estipulado pela Lei 14.867/2022, que prevê a data-base em 1º de janeiro.

Um cronograma de mobilizações também foi aprovado durante a semana. Nesta quarta-feira (3) está previsto um ato unificado pela recomposição salarial das servidoras e dos servidores públicos federais, às 8h, no Pátio da Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC). Na quinta (4), o ato “Abre Alas da Greve na Uece” que começa a partir das 7h30min e segue até a noite, com concentração no Pátio da Reitoria da Uece, no campus Itaperi. Às 9h, na quinta, ocorre a atividade “60 anos do Golpe: Ditadura Nunca Mais”. No mesmo dia, é a vez das e dos docentes da Urca realizarem o ato “Democracia e Autonomia Universitária”.

Já na sexta (5), as e os docentes participam do ato “Negocia Governador” durante inaugurações de obras no município de Iguatu, localizado a 365 km da capital, que contará com a presença do presidente da República e do governador do Ceará.

As e os docentes da Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA) realizam assembleia na quinta-feira (4) para deliberar a adesão à greve.

Segundo Nilson Cardoso, presidente do Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual do Ceará (Sinduece – Seção Sindical do ANDES-SN), a deflagração da greve é a resposta das e dos docentes após meses de falta de diálogo por parte do governo estadual.  

“Passamos o ano de 2023 inteiro promovendo atividades, mobilizações, campanhas nas redes sociais, lançamos a Campanha Salarial e articulamos também audiências na Assembleia Legislativa. Esgotamos as possibilidades de diálogo com o governo e não tivemos sucesso sobre a construção de um calendário de reposição salarial, tampouco na definição de uma taxa de reposição salarial referente ao ano de 2023 e aos anos anteriores. O governo cortou qualquer possibilidade de negociação ao repor, sem realmente ouvir a categoria, um índice de 5,62%”, explicou.

"A greve nesse momento é mais do que nunca um instrumento de luta e organização da classe trabalhadora. Estamos saindo de um ciclo de imobilismo em função, possivelmente, da pandemia, e agora estamos percebendo a categoria cada vez mais animada, mais presente e mais articulada em defesa de suas pautas. Essa pauta está sendo conduzida em consonância com o movimento estudantil, que tem nos apoiado”, completou o presidente do Sinduece SSind.

Foto: Sinduece

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