Após fala de Damares, MPF cobra ministério sobre supostos crimes contra crianças na Ilha de Marajó (PA)

Publicado em 13 de Outubro de 2022 às 15h28

O Ministério Público Federal (MPF) pediu que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) apresente mais informações sobre a fala da ex-ministra e senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF), que está circulando em vídeos nas redes sociais.

Sem apresentar provas, mas afirmando que elas existem, Damares disse em um culto na Igreja Assembleia de Deus em Goiânia (GO), no último sábado (8), que ela e Jair Bolsonaro (PL) tiveram conhecimento de crimes envolvendo crianças de 3 e 4 anos, além de bebês, enquanto ela era ministra. As vítimas, segundo Damares, foram mutiladas e privadas de alimentação para fins sexuais na Ilha de Marajó, no Pará. A ex-ministra apontou ainda que o enfrentamento aos casos deverá ser conduzido pelo que chama de “guerra espiritual”.

O MPF quer que a pasta não só apresente os casos, mas informe se tomou alguma providência para contê-los, além de informar se houve denúncia junto ao Ministério Público ou à polícia. O MMFDH tem até essa sexta-feira (14) para informar detalhadamente todos os casos de denúncias recebidos pela pasta, em trâmite ou não, nos últimos sete anos (2016-2022), envolvendo tráfico transnacional de crianças e estupro de vulneráveis.

Reação
Após as declarações da ex-ministra, o ANDES-SN se somou às entidades, órgãos públicos e mandatos políticos que exigiram de Damares Alves informações e respostas sobre os encaminhamentos dados aos supostos crimes, sinalizando que tanto a ex-ministra quanto o atual presidente da República devem ser responsabilizados pela prevaricação frente à barbárie das acusações.

O Sindicato Nacional publicou uma nota, na terça-feira (11), afirmando que "sendo verídicos os casos apresentados pela ex-ministra é absurda a negligência criminosa de, ao ter contato com tamanha brutalidade, não encaminhar o caso à justiça e compor uma força tarefa para tirar as crianças citadas do estado de vulnerabilidade extrema. Há para esta hipótese uma condição de conivência com os supostos crimes cometidos e uma estratégia desumanizadora de uso para, no fim, defender a manutenção do governo genocida. Por outro lado, sendo histórias criadas, totalmente ou em partes, revela mais uma vez a crueldade com que apoiadora(e)s do atual governo vêm defendendo seu projeto de poder, calcado em fake news, sensacionalismo, fanatismo religioso e ódio", diz o texto.

Confira aqui a nota do ANDES-SN

 

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